Por uma necessidade natural de buscar um sentido na nova fase da vida, que foi a de viver e estudar em um país diferente, comecei a procurar por estrangeiros que, assim como eu, estavam fazendo seus caminhos do outro lado do mundo. Inspirado também pelo verso thousand ways of living (milhares de maneiras de viver…), que resume um pouco da minha própria filosofia de vida, de que sempre teremos uma escapatória para encontrar a felicidade, pois em um mundo onde existem mais de 7 bilhões de pessoas, obviamente tem milhares de maneiras incríveis de se viver, milhares de maneiras de preencher as três variáveis que compõe a felicidade – uma concepção pessoal, que é o balanceamento entre amor, dinheiro e saúde. Basta abraçar as mudanças, aceitar os desafios e os sacrifícios de um recomeço.

 

As fotos foram feitas na intimidade de suas casas e do cotidiano. Eles abriram suas portas e me contaram suas histórias, suas diferentes maneiras de viver, os obstáculos, as mudanças e os objetivos. Nem todos eram brasileiros, mas tinham algo em comum: uma meta, um sonho. Ninguém aceita mudar drasticamente, por conta própria, sem acreditar que valerá a pena o sacrífico. Passávamos horas juntos; e em alguns momentos pedia para que fingissem que eu não estava ali para que os cliques ficassem o mais natural possível. Para finalizar, sempre fazia a foto chave: um retrato simples, branco e preto, que transbordava sentimento, seguindo o padrão de luz natural e sombra, bem marcado. Dessa ideia também surgiu o projeto Close Up Saga.

 

Mil Maneiras é apenas a primeira etapa de um longo projeto, é o começo de uma série de retratos de vidas que visa expandir a empatia e o respeito pela história do próximo, tentando romper o preconceito exibindo que existem milhares de maneiras de se viver e nenhuma elas é certa ou errada, menos ou mais honrosa, apenas diferente. Afinal todos estamos dentro do mesmo e imenso barco cujo rumo é um objetivo em comum: não querer que ele afunde no meio do caminho.